quarta-feira, 3 de março de 2010

GESTAR: ESPERANÇA PARA O ENSINO PÚBLICO DE LÍNGUA PORTUGUESA. Por Jocelmo Costa Aires


Esperança sim. Nós, professores de Língua Portuguesa dos longínquos municípios do interior do Brasil, fomos agraciados com um programa fantástico, que se constitui no prelúdio de um novo tempo para as aulas de Português, nas séries finais do Ensino Fundamental: o Gestar. Tem-se percebido que dificilmente se veem políticas públicas de formação contínua de professores desse ciclo. Para quem está afastado dos centros de pesquisa e mal tem tempo de sequer procurar cursos de especialização e/ou outro programa de formação contínua, dada a intensa carga de trabalho a que todo professor se submete, o Gestar caiu como uma luva. É. Isso mesmo. O Gestr é um programa diferente que realmente faz jus até ao seu próprio nome. É isso que precisamos: gerir nossa aprendizagem. A nossa, a de nossos alunos, a de toda comunidade escolar.

A proposta dos cadernos TPs é inovadora. Apresenta um diálogo intenso com o professor a respeito de sua prática em sala de aula e, aos preguiçosos, ‘obriga’ à leitura voluptuosa no intuito de fazer surgir um diferencial no âmbito do ensino da língua materna. Veio quebrar mesmo paradigmas arcaicos, nos quais só se podia ver a língua como mecanismo estático de comunicação. Veio nos dizer que certas práticas docentes, que perpetuam o ensino fragmentário da língua, são mais que ‘colóquio flácido para acalentar bovino’, são CONVERSA MOLE PARA BOI DORMIR. Em outras palavras, tal proposta veio dizer que existem inúmeras formas de expressão e que o que se esteve fazendo (e ainda se faz) no trabalho com língua portuguesa, se se chega a algum resultado, este é muito pouco significativo. Para mim, é quase nulo.

Falando em expressão, veio-me à cabeça que quando era aluno do Ensino Fundamental a disciplina de Língua Portuguesa era intitulada “Comunicação & Expressão”. Já era um ensaio de um trabalho mais consistente na área. Hoje, predomina a nomenclatura “Português” ou “Língua Portuguesa”. Não é que eu esteja dizendo que o título da disciplina seja algo extremamente importante, todavia, a rigor, os títulos abrigam cargas semânticas das intenções comunicativas, são os grandes condutores de ideias e ideais e, como tais têm sua relevância. Então, não se pode pensar em ensino do Português, até mesmo porque não somos professores de idioma. Saramago já nos fala “que não existe uma Língua portuguesa, existem línguas em português”. O Gestar traz um resgate desse conceito. Assim é a proposta dos TPs: mergulhar da diversidade das formas de comunicação – ou textos – a fim de entender o mundo e de se fazer entender nele.

Os cadernos AAA são o complemento para o trabalho do professor. Transcrevem para os alunos os conceitos explicitados nos TPS numa linguagem para eles. São repletos de músicas, contos, piadas, propagandas, enfim, um mundo de textos interessantes para os nossos pupilos. Mas os AAAs ainda fazem mais: trazem-nos dicas que nos estimulam a adaptar as atividades à realidade de cada classe.

Tudo foi muito bem pensado e exposto de uma forma, digamos, afetiva, procurando tornar o professor íntimo do programa: “Professor, tente fazer assim...”; “Professor, sugerimos que...”; “que tal se na turma da 6ª série você fazer assim:...”; “Sabemos que seu tempo é curto, mas vale a pena investir em...”. Acredito que a ideia era fazer todo mundo ‘vestir a camisa’ do Gestar. Mérito para as autoras dos cadernos que, com sua incontestável competência comunicativa, souberam nos conquistar. Até nesse ponto entendi que a intenção é a ‘mãe’ dos aspectos a se levar em consideração quando se quer comunicar algo com plenitude.

O mais difícil no Gestar aqui no município, porém, foi trazer o nosso cursista para o estudo – convenhamos, extenso – do Gestar. Convencê-los da qualidade do programa não foi desafio: o material fala por si. Complicado mesmo foi conseguir fazê-los se sentir motivados, já que os entraves pessoais e profissionais desestimularam muitos e alguns vieram a desistir: de vinte e cinco, sobraram quatorze. Uma pena!

Contudo, o balanço que fazemos é positivo. Vimos que quem ficou soube aproveitar. Os cursistas desenvolveram projetos interessantes. Aplicaram atividades do AAA e, a despeito de suas incontáveis ‘pedras no meio do caminho’, conseguiram concluir com êxito seu cronograma de estudo e trabalho. A eles, cursistas, razão-mor do nosso esforço, nosso muito obrigado pela paciência em suportar as horas de sono na Escola Carlindo Alves e as de calor, na Escola Laura Estrela, e nossos parabéns pela dedicação e carinho. Abraço especial à nossa coordenadora Regiane e aos colegas de Matemática Alacides e Sandra, esta que conseguiu superar seu problema de saúde. À nossa Secretária de Educação, nosso obrigado pelo apoio. Aos colegas tutores, que compartilharam sua prática conosco, em especial, Ed, Cris, Fernanda, Fátima, Isis e Zaira, nosso afeto. À nossa formadora Elenita Rodrigues, que soube nos compreender tão bem e, portanto, merece a nossa compreensão por não se fazer presente no momento final, vai nosso carinho. Finalmente, à nossa formadora Isabel Cristina, que tão prontamente nos atendeu nos e-mails e terminará conosco essa formação, nosso sincero agradecimento.

Acreditemos, portanto, na esperança e na força do Gestar para as mudanças necessárias às salas de aulas de nosso tão esquecido Maranhão. Até a próxima oportunidade!


Fonte: Informativo Gestar SLP, fevereiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

ENTREVISTA COM MARIA HELENA DE MOURA NEVES


Para a maioria das pessoas alfa betizadas no Brasil, gramática é sinônimo de decoreba. Maria Helena de Moura Neves, 78, uma das mais respeitadas linguistas do país, concorda: “Isso que se ensina na escola é ‘gramatiquice’”. Antes não houvesse, segundo ela, porque cria um bloqueio nos alunos e impede que se veja sua real beleza. Para a professora aposentada da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara, gramática é algo fascinante, é a vida da língua. E nada tem de rígida como fazem parecer os manuais que quase ninguém abre. “Quando digo que esta é minha especialidade, sempre preciso fazer um parêntese para explicar que não fico o dia todo procurando sujeito, verbo e predicado”, diz, bem-humorada.

Se gramática não é apenas um conjunto de regras tediosas que servem para classificar mecanicamente palavras, locuções e orações, o que é afinal? “É aquilo que arranja e arquiteta a produção de sentidos. É a língua no seu funcionamento. A maior parte do que se decora nas aulas de gramática não é verdade, porque não é assim que a linguagem funciona”, afirma.

Maria Helena é uma gramática funcionalista – vertente na qual o que importa é a função, determinada pelo uso, das formas linguísticas. Em vez de se pautar pelo que prescrevem os manuais e julgar o que é certo ou errado, ela usa uma abordagem científica para analisar a gramática viva.

Boa parte de seu trabalho é baseado num corpus, uma base de dados informatizada que reúne diversos tipos de textos (jornalísticos, didáticos, ficcionais, oratórios etc.) publicados no Brasil desde o século 19. Um trabalho que foi desenvolvido por ela e seu colega Francisco da Silva Borba. Iniciado nos anos 1980 e atualizado periodicamente, o corpus é uma gigantesca amostra do português real – contém hoje cerca de 200 milhões de palavras (leia reportagem em Unesp Ciência, 1ª edição).

Contrastar regra e realidade é uma das principais linhas de trabalho da pesquisadora, o que rendeu dois livros: Guia de uso do português (Editora Unesp, 2000) e Gramática de usos do português (Editora Unesp, 2003) – dois catataus, um com 800 e o outro com mais de mil páginas. Para mostrar que a riqueza e o dinamismo da língua não cabem em manuais engessados, ela cita o caso do “mas”.

Segundo a norma gramatical, “mas” é uma conjunção adversativa, ou seja, serve
somente para ligar duas orações contrárias. Na prática, porém, ela aparece conectando também frases que vão na mesma direção. “Comprei esse livro, mas em São Paulo”, exemplifica a autora em sua sala no câmpus de Araraquara. Outro exemplo, desta vez literário, vem do conto O búfalo, de Clarice Lispector, cuja primeira frase é “Mas era primavera.”. “Ninguém pode dizer que Clarice não sabia gramática”, ironiza.

É nesse terreno escorregadio da linguagem, em que as palavras deslizam para conferir ao texto diferentes efeitos de sentido, que a linguista transita com desenvoltura e gostaria de ver os alunos mergulhados. Esse é o caminho, segundo ela, para reconhecer as características objetivas, persuasivas ou poéticas de um texto, o que é muito mais importante do que saber se
o sujeito é composto ou oculto. “Desse modo, o aluno cria gatilhos mentais, de
forma que quando quer falar ou escrever para produzir tal sentido, ele aciona esse processamento.” Em vez de ficar tateando a superfície das palavras, o aluno deveria ser levado a penetrar no texto, defende.

As críticas ao ensino formal de gramática partem de alguém que conhece bem
a realidade da educação brasileira. Antes de concluir a graduação em Letras, aos
39 anos, Maria Helena foi professora de português em escola pública, no ensino
fundamental e médio, durante quase duas décadas. Essa bagagem a levou, vários anos mais tarde, a investigar os descaminhos do ensino básico da disciplina. Em A gramática – história, teoria e análise, ensino (Editora Unesp, 2001), Maria Helena traça um diagnóstico desanimador: “100% dos professores entrevistados afirmam ensinar gramática. Uma conclusão muito grave que
se tira dos resultados da pesquisa, porém, é que os professores confessam que seu trabalho (…) ‘não serve para nada’”.

Mudar isso é função da universidade, avalia. “O ponto crítico é a formação dos
professores”, diz. “Eles têm de sair da faculdade com a noção de que a linguagem é operacionalizável no uso, que ela é nosso instrumento de reflexão. É curioso que, justamente na aula que trabalha a linguagem, não exista espaço para reflexão.” Essa é a mensagem que ela passa quando participa de cursos dirigidos a educadores e nas palestras que dá pelo Brasil, quase sempre diante de auditórios lotados.

Mas diagnosticar o problema e apontar caminhos para mudança não é o suficiente para a pesquisadora. Seu trabalho ajuda a entender também as raízes históricas que explicam o anacronismo do ensino contemporâneo da disciplina.


Raízes gregas

A gramática, como estudo da língua, surgiu na Grécia Antiga, com caráter explicitamente normativo (o termo grego grammatiké significa “a arte de ler e escrever”). O primeiro manual conhecido data do século 1º a.C. e foi produzido na biblioteca de Alexandria. Por essa época, a civilização grega já estava ruindo, como resultado de um longo período de invasões bárbaras. Assim, a normatização foi uma resposta à necessidade de preservar a língua e a cultura. “Naquelas circunstâncias, fazia todo sentido fazer uma gramática normativa,
mas hoje não. Por inércia e falta de compreensão, continuamos reproduzindo esse modelo”, afirma a pesquisadora.

Foi por causa da Grécia Antiga que Maria Helena entrou para a academia. Em 1967, a então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara (depois encampada pela Unesp) criou a graduação em Letras Português-Grego. Com os três filhos já praticamente criados, ela não resistiu e prestou o vestibular. Depois de duas especializações (em Linguística e Grego), também em Araraquara, partiu direto para o doutorado em Filosofia na USP, que cursou com a licenciatura em Alemão na Unesp – para poder ler a literatura da área, na época majoritariamente germânica.

A tese deu origem ao livro A vertente grega da gramática, de 1987 (reeditado
pela Editora Unesp em 2004). “É uma obra notável em que ela faz um estudo muito aprofundado da filosofia grega para desvelar as bases teóricas e o contexto que cercam o aparecimento da gramática”, afirma José Luiz Fiorin, professor aposentado de Linguística da USP e colega de Maria Helena
dos tempos de especialização.

Aposentada desde 1987, mas sem nunca ter deixado de trabalhar, a rotina atual da pesquisadora deixaria muitos jovens com olheiras profundas. Dormindo cerca de quatro horas por dia, ela dá aula nos cursos de pós-graduação da Unesp em Araraquara e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. É coordenadora do grupo de pesquisa em gramática de usos do CNPq e assessora do órgão na concessão de bolsas na área de Linguística. Autora de mais de 20 livros, está prestes a começar a trabalhar num novo dicionário de usos do português, coordenado por Francisco da Silva Borba, com quem já produziu
três outras obras semelhantes.

“Ao conhecê-la na seleção para a especialização em Linguística, em 1975, des-
cobri o que era ser o segundo da classe”, recorda Fiorin. Ele destaca ainda que Maria Helena é a primeira mulher autora de uma gramática no Brasil. Ser a primeira, aliás, é algo a que ela está acostumada desde cedo. A vaga de professora na rede pública, que assumiu com 18 anos, foi um prêmio recebido por ter sido a melhor aluna de sua turma de Magistério. Seu fascínio pela gramática, porém, é anterior. Ainda menina, costumava abrir sobre a mesa três
edições de Os lusíadas para compará-las.

Com uma legião de fãs no país, a pesquisadora protagonizou um evento atípico
em agosto de 2008, em Araraquara. Seus ex-orientandos e colegas organizaram um congresso para homenageá-la. Foram três dias de programação com a fina nata da Linguística brasileira apresentando e debatendo diversas vertentes da pesquisa em gramática, não só a funcionalista. “Queríamos demonstrar nossa admiração por suas inestimáveis contribuições à Linguística, pela sua atuação generosa e exemplar na formação de novos pesquisadores, pela afetividade que partilha com todos que dela se acercam”, diz a organizadora do evento, Marize Mattos Dall’Aglio Hattnher, ex-aluna e hoje professora da Unesp em São José do Rio Preto. Sua obra é reconhecida inclusive por colegas de universidades
portuguesas, que frequentemente a convidam para participar em eventos além-mar.

Maria Helena confessa que é do tipo de orientadora que “pega no colo”, mas exige dedicação. Alunos de iniciação científica ela só aceita se puderem passar quatro horas diárias na sua casa. “Quando eles terminam o trabalho, já estão com o projeto de mestrado pronto”, orgulha-se. Os orientandos de mestrado e doutorado sempre somam dez, “que é o máximo permitido pela Capes”, justifica. Nesse ritmo, ela já formou cerca de meia centena de pesquisadores
e não pretende parar tão cedo.


Modismos e acordo ortográfico

Para alguém que entende a língua como um sistema dinâmico e indeterminado, fenômenos atuais como o excesso de estrangeirismos e gerundismos não são exatamente um problema, ainda que muitos os vejam como atentados ao bom português. Sobre a invasão de palavras de origem inglesa no vocabulário, Maria Helena relativiza lembrando que, quando o francês ditava a moda, condenavam-se os galicismos. Já em relação ao gerundismo, a pesquisadora vê o fenômeno como resultado do surgimento dos call centers. “Construindo a frase com gerúndio você minimiza uma ordem, dilui a ação no tempo. Fica mais polido. O problema é que acabou criando um calo, mas também não precisa abolir.”

A língua tem mecanismos de defesa, segundo ela. Como exemplo, cita os estrangeirismos usados como estratégia de marketing que a população geralmente ignora. Apesar do que ditam algumas vitrines, ninguém diz “Eu vou a uma sale” ou “Comprei esta blusa com 50% off”. “Não adianta fazer lei, quem vai dizer o que fica é o povo.” Ela também não teme pela extinção da literatura diante da avalanche de livros de autoajuda que, para ela, não valem como leitura. “A literatura coloca o leitor numa situação de interlocução. Ele vai imaginar, sentir, se enlevar, se elevar. A autoajuda tem outra função, que é re-
solver problemas.” Para a linguista, a boa literatura nunca vai acabar.

Outro tema candente para o qual a pesquisadora vem sendo muito requisitada é
o acordo ortográfico, que ela julga necessário, embora critique a forma como foi implementado. “Vivemos num mundo globalizado, então é importante que Bra-
sil e Portugal escrevam da mesma forma.” Por outro lado, diz, houve uma série de equívocos de interpretação do acordo, que acarretaram diversos problemas ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o Volp, elaborado pela Academia Brasileira de Letras. Segundo ela, é por isso que o acordo tem gerado tanta confusão, principalmente no caso da hifenização. “Vão ter de consertar o Volp”, decreta.


O que dizem sobre Maria Helena

Francisco da Silva Borba
prof. aposentado da Unesp em Araraquara

Além de ser muito inteligente, ela tem uma determinação e uma disciplina incríveis. A agilidade mental dela é invejável. Vive o trabalho com muita intensidade e está sempre disposta a aprender com seus alunos. Escreve com clareza e simplicidade. É a pesquisadora mais produtiva que conheço. É dela a melhor gramática que existe atualmente, pois reflete exatamente como a língua funciona. Sua contribuição para a Linguística brasileira é inegável.

José Luiz Fiorin
professor aposentado da USP

Sua obra apresenta não apenas extensão máxima como uma qualidade de mais alto grau. Profunda conhecedora da tradição gramatical, ela tem plena noção do preceituário normativista dos nossos compêndios gramaticais. Conhece muito bem, por sua minuciosa pesquisa, como estão sendo distribuídas as diferentes formas no uso vivo da língua. Sua carreira é de uma notável coerência. Conhecê-la e ser seu amigo foi um dos maiores privilégios que a vida acadêmica me ofereceu.

Marize Mattos Dall’Aglio Hattnher
professora da Unesp em S. José do Rio Preto

Ser orientada por ela é ter a experiência de aprender com a clareza de seu raciocínio; é encontrar o encantamento a cada nova pergunta que deriva de uma pesquisa; é aprender a pensar com autonomia; é ter a certeza de uma companhia atenta, de uma instrução segura.

Disponível em
http://editoracontexto.com.br/blog/?p=434

domingo, 27 de setembro de 2009

ATRIBUINDO SENTIDO AO TEXTO,

TP5: encontrando a coerência.

Na última oficina, dia 25/09/09, no estudo do TP5, os cursistas apresentaram trabalhos referentes à unidade 18. Expuseram textos não verbais para reflexão sobre o desenvolvimento da coerência. Aproveitaram sugestões de atividades do AAA para esse estudo. Na foto acima, os cursistas reproduziram a atividade da pág. 50 do AAA5, que apresenta uma sequenciação de acontecimentos para a composição global de um texto. O trabalho incentivou a turma a partir da "parte" para chegar ao "todo", objetivando a atribuição de unidade de sentido ao texto.

Parábéns, cursistas!

TP4: PLANEJANDO O DESENVOLVIMENTO DE TEXTOS



O cartaz de divulgação do Gestar, criado pelos cursistas e pelo formador Jocelmo Aires é um exemplo de como o planejamento da produção escrita pode se dar. Nesse trabalho, pôde-se realizar o estudo proposto por John Harris e Jeff Wilkinson sobre a hierarquização das dimensões dos gêneros dependendo da situação sociocomunicativa: 1 - consciência da audiência; 2 - relevância do conteúdo; 3 - sequência da informação; 4 - nível de formalidade; 5 - função da comunicação; 6 - convenção (formato do documento). (Referência: TP4, pág. 190, adaptada).

O cartaz foi personalizado com a foto dos cursistas de cada escola, que expuseram-no no mural oficial. Na foto acima, o cartaz com os cursistas do Colégio Carlindo Alves, que fizeram o maior sucesso na escola.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

GESTAR: É PRECISO TEMPO.


Lendo os Cadernos de Teoria e Prática, os chamados TPs do Gestar, pude entender melhor a proposta do programa e imaginei as possibilidades de transformação que pode trazer. Na verdade, um mar de possibilidades... Vendo as atividades sugeridas na seção “Avançando na prática”, visualizei como cada professor as realizaria com seus alunos, sonhei estes produzindo zilhões de textos e... Ufa! Quanta empolgação! É... mas para que sonhos se realizem existem barreiras grandes. Fazer funcionar um programa no nível do Gestar exige muito de nós.

Quando começaram as inscrições ficamos felizes com a adesão dos professores. Eram tantos que ia faltar material. Nas primeiras oficinas vimos que alguns inscritos não estavam presentes: lá se vai um pouco da nossa empolgação, afinal, quando não se tem uma turma grande, fica a impressão de que o programa não interessou, sei lá. Nas oficinas seguintes, na hora da discussão dos pontos mais importantes do TP: “Não li”, “não tive tempo”, “Não li todo”, “Não consegui ler”, diziam alguns cursistas. Sentimento naquele instante: frustração. “Tudo bem, vamos ao resumo do TP aqui no slide”, continuei. Explanação seguindo, percebi um fato curioso: uma cursista estava lá com seu filho de cinco anos de idade e este dormira sobre uma das carteiras e ela, apesar de ver o desconforto do filho, continuava a assistir à exposição do slide. Além disso, outro cursista com problemas de saúde ali permanecia apesar de tudo. Constatei naquela noite que a frustração que sentira antes não tinha razão de ser, porque não obstante todas as dificuldades, nosso cursista demonstra um interesse fora do comum. Todos têm uma carga de trabalho excessiva; ocupam-se além da sala de aula com outros projetos da escola, alguns, inclusive, trabalham em três escolas, sem falar nas preocupações de sua vida pessoal. Especificidades tristes da profissão de mestre. Com uma carga tão exaustiva, não se pode condená-los, por exemplo, por não terem resolvido todas as atividades do TP ou por não ter lido a última seção. Por outro lado, o Gestar não pode funcionar de qualquer jeito. Vem então o dilema de realizar o programa com qualidade e entender as dificuldades dos cursistas. Um desafio e tanto...

Por enquanto, para dar mais tempo ao cursista, estendemos até três o número de oficinas para o estudo de cada TP. Com esse período, facilita-se também a aplicação de atividades dos AAAs (os cadernos com Atividades de Apoio à Aprendizagem). É o conforto necessário à continuidade do programa. “Como são muitas as atividades e o tempo é curto, pensei em desistir”, contou a cursista Adélia, “mas tenho aprendido tanto que, enfrentarei sacrifícios para continuar no curso”, completou. Quando fiz a primeira visita ao Colégio Laura Estrela, a diretora Salete Monteiro comentou que percebeu já a aplicação de atividades diferenciadas nas salas de aulas. É com passagens assim que percebemos o quanto, apesar das dificuldades, o programa pode fazer. Vêem-se algumas luzes no fim do túnel! O Gestar vai aos poucos invadindo as salas de aula e transformando a maneira de ensinar Português e Matemática. As sementes começaram a ser plantadas, sigamos no caminho acreditando na nossa força interior e esperemos, pois, os resultados.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

BOA NOTÍCIA

Ainda nem no recuperamos direito do trágico evento que levou nosso companheiro do curso de Matemática Professor Beto e deixou ferida a professora formadora Sandra Araújo. Felizmente, ela recupera-se bem.
Outra boa notícia é que as atividades do Gestar em Matemática vão continuar. A todos os cursistas de Matemática fica o comunicado de que as atividades voltarão a ser realizadas ainda este mês. Aguardem novas notícias!
(Prof. Jocelmo)